quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Caleidoscópio

Quase 200 dias tentando se livrar de caixas velhas. Teimando em não apagar lembranças. Usando roupas que não lhe cabiam mais. Em vão. Tentou esquecer com "amor" o que deve ser esquecido com dor. Pior. Bem pior!

A festa era pouco convidativa. Todos os convidados vestidos em preto e branco. Começou a segunda dança, a música tocava e fazia dançar com passos rápidos... No começo. Depois, se tornou lento, muito lento. Demasiadamente lento... E chato. O coração ainda batia, mas amar era uma façanha tão comum como um dia frio em L.A. Cansou-se e sentou-se. Sem dor nos pés, sem se aborrecer. Apenas sentou.

De repente tudo estava calmo. Estranhamente calmo! Tudo estava bem. A festa já estava na metade. Então, como uma explosão de cores, alguém entra. Não, não entrou! Já estava ali. Só agora pôde ver. Houve, realmente, uma explosão de cores ou adquirira olhos de caleidoscópio?

Começou a dançar novamente. A cada movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual. A música era mais lenta, porém intensa. Diferente. Melhor que a segunda. Aliás, essa nem contava. O importante é que queria que aquela durasse para sempre. Prometeu que jamais magoaria novamente alguém que amasse. Prometeu que seria fiel a si mesmo. Prometendo coisas agora? Sim, e promessa tem que ser inteira, senão perde a força.