segunda-feira, 29 de junho de 2009

Papel-machê

Você vive o que aprende? Ou você aprende com aquilo que vive? Afinal, dizem que até os melhores cowboys possuem conflitos paternos. O sentimento não é de ódio ou raiva. Não. Já passou. Era só uma fase. Como os adultos costumam definir. Parte da angústia da brigada adolescente. Transforma-se em falta de esperança. De que tudo mudará. De que tudo ficará bem. De que haverá final feliz. Cansa, sabe!
Sempre haverá um acesso de raiva. Alguma crise que será descontada em quem não a causou. Aliás, se em 22 anos as coisas continuam iguais...Como pensar em mudança?O mundo está de cabeça pra baixo. Onde estão aqueles que deveriam apoiar? Não adianta ser o melhor aluno. Bom em esportes. Melhor em tudo o que faz. Inteligente. Sempre falta algo.
Não importa o que faça. Nem quão bom é. Pessoas são só pessoas. Imperfeitas. Elas vão te magoar mais de uma vez. Do que você é feito? Barro e papel-machê? Se for, a primeira ventania mais forte te destruirá. Mostre-se forte. Seja forte! Mas as milhares delas já me despedaçaram. As ventanias. Ah, as ventanias! Você pode ver meus pedaços por ai. As conseqüências. E sim, eu sou feita de barro e papel-machê. Papel picado, amassado e esmagado. Afinal, você vive o que aprende e aquilo que vive. E eu, não quero esperar em vão.

3 comentários:

  1. Como tu diz "Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente".

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  2. "O céu já foi azul mas, agora é cinza"
    As coisas mudam, o cabelo muda, a fala, as preferencias..
    "Aquela roupa velha, já não me serve mais.."
    As coisas mudam, passam e daí?!
    Ganhamos com aquilo que perdemos, sempre.
    Se de papel, se molda...Prefiro pensar assim!!

    PS: "Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente" (Renato Russo)

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  3. "Você vive o que aprende? Ou você aprende com aquilo que vive?"
    Interessante... me fez lembrar de algo que disse uma vez um amigo. Que aqueles que aprendem algo sem terem, de fato, vivenciado são brilhantes. Gênios. O poder da observação. É uma pena que vivenciar às vezes não depende de uma pré-dedução. Isso quando a experiência depende do outro. Não é mesmo? O pobre cowboy. Mas fico pensando em como sobrecarregamos as pessoas com nossas expectativas. E a gente sempre bate a cara. Frustração. Seria melhor se não esperássemos do outro. Mas somos humanos. Em meio a tantos erros, os nossos. De barro. Mutáveis. De papel-machê. Qualquer vento nos leva. Espero que meu papel seja colorido. O seu é. Acho que é verde. Ou seria amarelo? Talvez lilás...Todas as cores, amiga. Lindo texto. Angustiado. Lindo.

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